sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A estrela solitária chegou ao céu como Santos

(por Mauro Beting em 27.nov.2013 às 16:14h)



 
O futebol emburreceu um pouco mais hoje.

A eterna Enciclopédia eternizada em General Severiano e Maracanã agora é estrela entre Santos.
Nilton. 

Lateral-esquerdo que era atacante. Quarto-zagueiro que jogou pelos outros três.

Campeão do mundo em 1958.


Bi mundial em 1962


Eterno botafoguense que virou estátua e estádio. 

Eterno alvinegro que não era Botafogo. Mas virou o jogo, o coração e a estrela desde a estreia. 

Que poderia ter sido nas Laranjeiras. Quando o moço já velho para o futebol da Ilha do Governador se sentiu ilhado e isolado na suntuosa sede do Fluminense. Quando viu ídolos que tiraram a fala e a coragem dele de atuar ao lado. 

Quando ele voltou de chuteiras embrulhadas nas mãos para casa. 

De onde só saiu para fazer história e dar aula no Botafogo. Iluminado letrado que foi o primeiro João do compadre Mané. 

Quiseram os deuses da bola que o maior ponta-direita não jogasse jamais contra o maior lateral-esquerdo. 

Certíssimas coisas aconteceram com o Botafogo. 

Coisa de Santos. 

Lei de Nilton. 

O homem que não precisou jamais beijar o escudo para ser Botafogo. 

O craque que não sujava uniforme. 

O moço que chamava a bola e ela entendia. 

Velho que nos deixa as memórias que ele perdeu nos últimos anos e que nós ainda assim não vamos entender. 

Mais de Nilton você lê na obra do amigo dele Maneco Muller. Que agora está puxando a cadeira ao lado de Sandro Moreyra, João Saldanha e Armando Nogueira para saudar a chegada da sabedoria entre os Santos. 

No ano em que perdemos Djalma e Nilton. Todos os Santos. 

No ano em que o futebol brasileiro perdeu os laterais que iam a fundo e ao fundo. 

No ano em que devemos celebrar sempre a honra e o privilégio de torcer por todos os Santos.

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