(por Mauro Beting em 27.nov.2013 às 16:14h)
O futebol emburreceu um pouco mais hoje.
A eterna Enciclopédia eternizada em General Severiano e Maracanã agora é estrela entre Santos.
Nilton.
Lateral-esquerdo que era atacante. Quarto-zagueiro que jogou pelos outros três.
Campeão do mundo em 1958.
Bi mundial em 1962
Eterno botafoguense que virou estátua e estádio.
Eterno alvinegro que não era Botafogo. Mas virou o jogo, o coração e a estrela desde a estreia.
Que poderia ter sido nas Laranjeiras. Quando o moço já velho para o futebol da Ilha do Governador se sentiu ilhado e isolado na suntuosa sede do Fluminense. Quando viu ídolos que tiraram a fala e a coragem dele de atuar ao lado.
Quando ele voltou de chuteiras embrulhadas nas mãos para casa.
De onde só saiu para fazer história e dar aula no Botafogo. Iluminado letrado que foi o primeiro João do compadre Mané.
Quiseram os deuses da bola que o maior ponta-direita não jogasse jamais contra o maior lateral-esquerdo.
Certíssimas coisas aconteceram com o Botafogo.
Coisa de Santos.
Lei de Nilton.
O homem que não precisou jamais beijar o escudo para ser Botafogo.
O craque que não sujava uniforme.
O moço que chamava a bola e ela entendia.
Velho que nos deixa as memórias que ele perdeu nos últimos anos e que nós ainda assim não vamos entender.
Mais de Nilton você lê na obra do amigo dele Maneco Muller. Que agora está puxando a cadeira ao lado de Sandro Moreyra, João Saldanha e Armando Nogueira para saudar a chegada da sabedoria entre os Santos.
No ano em que perdemos Djalma e Nilton. Todos os Santos.
No ano em que o futebol brasileiro perdeu os laterais que iam a fundo e ao fundo.
No ano em que devemos celebrar sempre a honra e o privilégio de torcer por todos os Santos.
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