sexta-feira, 29 de novembro de 2013
A estrela solitária chegou ao céu como Santos
(por Mauro Beting em 27.nov.2013 às 16:14h)
O futebol emburreceu um pouco mais hoje.
A eterna Enciclopédia eternizada em General Severiano e Maracanã agora é estrela entre Santos.
Nilton.
Lateral-esquerdo que era atacante. Quarto-zagueiro que jogou pelos outros três.
Campeão do mundo em 1958.
Bi mundial em 1962
Eterno botafoguense que virou estátua e estádio.
Eterno alvinegro que não era Botafogo. Mas virou o jogo, o coração e a estrela desde a estreia.
Que poderia ter sido nas Laranjeiras. Quando o moço já velho para o futebol da Ilha do Governador se sentiu ilhado e isolado na suntuosa sede do Fluminense. Quando viu ídolos que tiraram a fala e a coragem dele de atuar ao lado.
Quando ele voltou de chuteiras embrulhadas nas mãos para casa.
De onde só saiu para fazer história e dar aula no Botafogo. Iluminado letrado que foi o primeiro João do compadre Mané.
Quiseram os deuses da bola que o maior ponta-direita não jogasse jamais contra o maior lateral-esquerdo.
Certíssimas coisas aconteceram com o Botafogo.
Coisa de Santos.
Lei de Nilton.
O homem que não precisou jamais beijar o escudo para ser Botafogo.
O craque que não sujava uniforme.
O moço que chamava a bola e ela entendia.
Velho que nos deixa as memórias que ele perdeu nos últimos anos e que nós ainda assim não vamos entender.
Mais de Nilton você lê na obra do amigo dele Maneco Muller. Que agora está puxando a cadeira ao lado de Sandro Moreyra, João Saldanha e Armando Nogueira para saudar a chegada da sabedoria entre os Santos.
No ano em que perdemos Djalma e Nilton. Todos os Santos.
No ano em que o futebol brasileiro perdeu os laterais que iam a fundo e ao fundo.
No ano em que devemos celebrar sempre a honra e o privilégio de torcer por todos os Santos.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013
NIlton Santos, eterno craque botafoguense
Nilton Santos
levou malandragem às Copas e previu tragédia do Maracanazo
Do UOL, em São Paulo
28/11/201306h00
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/11/28/nilton-santos-levou-malandragem-as-copas-e-previu-tragedia-do-maracanazo.htm
Quem vê o currículo
de Nilton Santos, morto na última quarta-feira aos 88 anos, vítima de uma
infecção pulmonar, se impressiona de cara. Quase 13 anos de serviços à seleção,
com quatro Copas disputadas e, como titular, duas delas ganhas. Mas, na
verdade, o ídolo do Botafogo deixou a vida para virar lenda graças a um
conjunto da obra que transcende taças e medalhas.
Não foi à toa que o melhor lateral esquerdo da história do futebol brasileiro mereceu a alcunha de "Enciclopédia do Futebol", apelido que tentava traduzir um jogador que parecia à frente de seu tempo.
Nilton desabrochou para o futebol como atacante nas peladas na Ilha do Governador, no Rio. Mas, logo chegando ao Botafogo acabou recuado para a linha de defesa. Nascia ali, no fim dos anos 40, uma das grandes histórias individuais do esporte brasileiro.
O lateral bicampeão mundial é provavelmente o maior "bom malandro" do futebol nacional, com uma coleção de casos que resvala no folclórico. Nilton Santos também ficou para a posteridade como ator fundamental na história de vida do gênio Garrincha, parceiro em campo e amigo inseparável fora dele. Por fim, quem o viu jogar destaca o caráter revolucionário que ofereceu à posição de laletral. Antes do craque do Botafogo, eles apenas defendiam. Depois dele, se rebelaram com a aventura em direção ao ataque.
Não foi à toa que o melhor lateral esquerdo da história do futebol brasileiro mereceu a alcunha de "Enciclopédia do Futebol", apelido que tentava traduzir um jogador que parecia à frente de seu tempo.
Nilton desabrochou para o futebol como atacante nas peladas na Ilha do Governador, no Rio. Mas, logo chegando ao Botafogo acabou recuado para a linha de defesa. Nascia ali, no fim dos anos 40, uma das grandes histórias individuais do esporte brasileiro.
O lateral bicampeão mundial é provavelmente o maior "bom malandro" do futebol nacional, com uma coleção de casos que resvala no folclórico. Nilton Santos também ficou para a posteridade como ator fundamental na história de vida do gênio Garrincha, parceiro em campo e amigo inseparável fora dele. Por fim, quem o viu jogar destaca o caráter revolucionário que ofereceu à posição de laletral. Antes do craque do Botafogo, eles apenas defendiam. Depois dele, se rebelaram com a aventura em direção ao ataque.
Em homenagem a
Nilton Santos, o UOL Esporte reuniu abaixo cinco histórias marcantes do
campeão mundial de 1958 e 1962. Confira:
1950 - PROFECIA DURANTE O MARACANAZO
Novato em seleção, Nilton Santos esquentou o banco durante a Copa de 50,
na reserva do truculento Bigode – aquele que tomou um vareio de bola do
uruguaio Alcides Ghiggia na partida decisiva. Isso mesmo com o lobby de
Zizinho, o craque do time.
Em vida, Nilton sempre reclamou que o técnico Flavio Costa não gostava de seu estilo.
"Ele era mandão à beça e eu nunca gostei dele. Primeiro ele implicou com a minha chuteira, que era macia. Ele achava que jogador de defesa tinha que jogar com chuteira de bico duro. Então eu fiz uma brincadeira, falei que eu não precisava dar chutão na bola porque não tinha raiva dela. Ele ficou bravo e não me colocou no time. Sabia com certeza absoluta que não ia jogar nunca", disse o lateral em entrevista ao UOL em 2002.
Na célebre final com o Uruguai, Nilton Santos abandonou o gramado do Maracanã em direção aos vestiários no momento do empate dos adversários. A igualdade parcial de 1 a 1 ainda dava o título ao Brasil, mas o botafoguense depois revelou que pressentiu naquele instante que a impensável tragédia viria a acontecer. Sozinho, não viu o gol histórico de Ghiggia.
Em vida, Nilton sempre reclamou que o técnico Flavio Costa não gostava de seu estilo.
"Ele era mandão à beça e eu nunca gostei dele. Primeiro ele implicou com a minha chuteira, que era macia. Ele achava que jogador de defesa tinha que jogar com chuteira de bico duro. Então eu fiz uma brincadeira, falei que eu não precisava dar chutão na bola porque não tinha raiva dela. Ele ficou bravo e não me colocou no time. Sabia com certeza absoluta que não ia jogar nunca", disse o lateral em entrevista ao UOL em 2002.
Na célebre final com o Uruguai, Nilton Santos abandonou o gramado do Maracanã em direção aos vestiários no momento do empate dos adversários. A igualdade parcial de 1 a 1 ainda dava o título ao Brasil, mas o botafoguense depois revelou que pressentiu naquele instante que a impensável tragédia viria a acontecer. Sozinho, não viu o gol histórico de Ghiggia.
1953 - O PRIMEIRO TREINO DE MANÉ
Existem mil e uma lendas a respeito do famoso primeiro treino de
Garrincha no Botafogo. Se todo mundo que disse estar em General Severiano
naquela tarde falasse a verdade, o acanhado estádio do clube precisaria ser do
tamanho do Maracanã.
Mas a verdade é que o menino de pernas tortas realmente ridicularizou o melhor lateral esquerdo daquela época. Garrincha pôde treinar graças aos insistentes pedidos do jogador Arati com o técnico Gentil Cardoso.
A lenda diz que Mané, no time reserva, colocou uma bola entre as pernas de Nilton Santos logo no primeiro embate. A versão mais aceita, no entanto, ignora o drible, mas relata que de fato Garrincha fez o célebre lateral comer poeira o treino todo.
"Gentil, contrata esse garoto logo porque nunca mais quero jogar contra ele", teria dito Nilton ao treinador botafoguense. Nos anos seguintes, o lateral viraria o melhor amigo do mito da ponta direita.
Mas a verdade é que o menino de pernas tortas realmente ridicularizou o melhor lateral esquerdo daquela época. Garrincha pôde treinar graças aos insistentes pedidos do jogador Arati com o técnico Gentil Cardoso.
A lenda diz que Mané, no time reserva, colocou uma bola entre as pernas de Nilton Santos logo no primeiro embate. A versão mais aceita, no entanto, ignora o drible, mas relata que de fato Garrincha fez o célebre lateral comer poeira o treino todo.
"Gentil, contrata esse garoto logo porque nunca mais quero jogar contra ele", teria dito Nilton ao treinador botafoguense. Nos anos seguintes, o lateral viraria o melhor amigo do mito da ponta direita.
1954 - ACABANDO COM A GREVE DE FOME
DE DIDI
Didi era quase sempre o cara que mandava nos times em que jogou, com
exceção do Real Madrid, onde foi boicotado por Di Stéfano e companhia. Palavras
e atitudes do talentoso meia eram lei. No entanto, fora dos campos que dava as
cartas era a geniosa esposa Guiomar.
Durante os treinos na Suíça para a Copa de 1954, Guiomar foi proibida de visitar a concentração da seleção e provocou um fuzuê. O craque Didi decidiu então entrar em greve de fome.
Coube a Nilton Santos demover o meia: "você está aqui para treinar e jogar, consequentemente queimar carvão. Se você não se alimentar, não vai aguentar. Apoio você, não conto a ninguém, mas vou começar a roubar comida no restaurante e trazer para você".
Assim, com a ajuda de um casaco grande, Nilton abastecia os bolsos para garantir as refeições de Didi.
Durante os treinos na Suíça para a Copa de 1954, Guiomar foi proibida de visitar a concentração da seleção e provocou um fuzuê. O craque Didi decidiu então entrar em greve de fome.
Coube a Nilton Santos demover o meia: "você está aqui para treinar e jogar, consequentemente queimar carvão. Se você não se alimentar, não vai aguentar. Apoio você, não conto a ninguém, mas vou começar a roubar comida no restaurante e trazer para você".
Assim, com a ajuda de um casaco grande, Nilton abastecia os bolsos para garantir as refeições de Didi.
1958 - GOL EM COPA SAIU APÓS
INDISCIPLINA
Até a Copa da Suécia, o lateral que ousasse ir além de suas funções de
marcação era considerado quase um subversivo. Mas Nilton Santos foi chamado de
louco pelo técnico Vicente Feola quando disparou para o ataque logo na partida
de estreia contra a Áustria.
Eram quatro minutos do segundo tempo, e o Brasil já vencia por 1 a 0. Nilton recuperou uma bola na defesa e avançou, acompanhado pelo olhar desesperado de Feola. O treinador gritou para seu lateral voltar, mas o botafoguense recebeu de Mazola e seguiu em disparada até tocar na saída do goleiro.
Na volta para a defesa, território de onde não poderia sair, Nilton Santos ouviu um elogio comedido de Feola. O legado dos laterais brasileiros começava a mudar a partir dali.
Eram quatro minutos do segundo tempo, e o Brasil já vencia por 1 a 0. Nilton recuperou uma bola na defesa e avançou, acompanhado pelo olhar desesperado de Feola. O treinador gritou para seu lateral voltar, mas o botafoguense recebeu de Mazola e seguiu em disparada até tocar na saída do goleiro.
Na volta para a defesa, território de onde não poderia sair, Nilton Santos ouviu um elogio comedido de Feola. O legado dos laterais brasileiros começava a mudar a partir dali.
1962 - MALANDRAGEM HISTÓRICA CONTRA A
ESPANHA
Um ato de malandragem de Nilton Santos mudou a história da seleção na
Copa do Chile. No último jogo da fase de grupos em Viña del Mar, entre Brasil e
Espanha, quem perdesse voltaria para casa. Já no segundo tempo os espanhóis
venciam por 1 a 0 e tiveram um pênalti legítimo ignorado pela arbitragem.
Enrique Collar foi derrubado por Nilton Santos dentro da área. No entanto, antes de a arbitragem assinalar a infração, o brasileiro ergue os braços e dá dois passos adiante, sutilmente, conseguindo transformar o pênalti em uma falta fora dos limites da área.
O resto é história. Substituto de Pelé, lesionado, Amarildo fez dois gols e virou o placar para o Brasil. Depois de bater a Espanha, o time de Aymoré Moreira seguiu avançando até conquistar o bicampeonato em cima da Tchecoeslováquia.
Enrique Collar foi derrubado por Nilton Santos dentro da área. No entanto, antes de a arbitragem assinalar a infração, o brasileiro ergue os braços e dá dois passos adiante, sutilmente, conseguindo transformar o pênalti em uma falta fora dos limites da área.
O resto é história. Substituto de Pelé, lesionado, Amarildo fez dois gols e virou o placar para o Brasil. Depois de bater a Espanha, o time de Aymoré Moreira seguiu avançando até conquistar o bicampeonato em cima da Tchecoeslováquia.
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Meio Século
De uma hora para outra começou a
aparecer "uma penca" de cinquentões ao meu redor. Pois é, gente que
outro dia mesmo estava longe disto e agora está aí nesta fase emblemática da
vida.
Alguns já ultrapassaram a marca de meio
século há algum tempo, enquanto outros estão na chamada "margem de
erro" de seis meses para mais ou seis meses para menos.
Mas seja como for não deixa de ser um
momento de reflexão. Alguns já se direcionaram para a sonhada maturidade que,
sem dó nem pena, chegou para ficar.
Outros, porém, terão de literalmente reinventar
suas próprias vidas. Refletir, pensar alternativas e planejar o caminho pela frente
dentro da nova realidade que os atropela. Levando em conta, logicamente, a vida
de todos que estão ao redor.
Reflexões surgem aos borbotões...
Se eu me alimento com mais comida do
que preciso, isto necessariamente significa que devo comer menos?
Se tenho menos dinheiro do que necessito
para chegar ao fim da vida, devo viver buscando soluções para isto? Daqui surge
um certo medo que traz a reboque o individualismo... Onde foi parar o "Não vos inquieteis pelo dia de amanhã,
porque o dia de amanhã terá suas próprias inquietações, a cada dia bastam os
seus próprios cuidados"?
Costumes populares dizem que o horário
mais comum em que os pernilongos ou muriçocas adentram as casas é ao fim da tarde, mais ou menos às
16h30h ou 17h. Neste horário, o ideal é manter as portas e janelas fechadas. E
no Horário de Verão, os pernilongos ou muriçocas também se adaptam ao novo
horário?
Os Beatles fizeram a música "When I'm Sixty-four" (Quando Eu Estiver Com
Sessenta E Quatro) que fala de um sujeito de 64 anos de idade. A letra tem
partes como:
"Eu poderei ser útil, consertando um interruptor /
Quando suas luzes apagarem /
Você poderia me tricotar um suéter perto da lareira /
Nas manhãs de domingo iremos dar uma volta /
Cuidando do jardim, arrancando as ervas daninhas /
O que mais eu poderia querer? /
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá gostar de mim /
Quando eu estiver com sessenta e quatro?".
Mas eis que no Rock In Rio 2013 veio ao Brasil o sessentão americano Bruce Springsteen (64) e trouxe um sentimento de esperança: "Quando chegar lá quero ser como Bruce Springsteen", pelo menos fisicamente. Até porque o cara não chega a ser nenhuma unanimidade entre seus compatriotas. Mas afinal, quem falou que foi fácil para alguém ser unanimidade em algum momento da história do mundo?
"Eu poderei ser útil, consertando um interruptor /
Quando suas luzes apagarem /
Você poderia me tricotar um suéter perto da lareira /
Nas manhãs de domingo iremos dar uma volta /
Cuidando do jardim, arrancando as ervas daninhas /
O que mais eu poderia querer? /
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá gostar de mim /
Quando eu estiver com sessenta e quatro?".
Mas eis que no Rock In Rio 2013 veio ao Brasil o sessentão americano Bruce Springsteen (64) e trouxe um sentimento de esperança: "Quando chegar lá quero ser como Bruce Springsteen", pelo menos fisicamente. Até porque o cara não chega a ser nenhuma unanimidade entre seus compatriotas. Mas afinal, quem falou que foi fácil para alguém ser unanimidade em algum momento da história do mundo?
Mas independente da aflição que o perturbe
o importante é não perder a essência e a coerência de seus atos em relação a
seus pensamentos e às "pregações" que você vem fazendo ao longo de
sua longa vida.
Pois com o passar do tempo viver nos
faz criar e carregar dentro de nós verdades e conclusões que se tornam quase
imutáveis, mesmo que uma ideia contrária seja colocada aos berros ou compartilhada por sonora maioria.
Fui então a um cartório fazer uma
Procuração. A moça da recepção me olhou e me deu a senha P-027. Pensei: "Pô,
já começou a sacanagem?" Depois foi que tudo se esclareceu... "Ah tá,
o P da senha é de Procuração e não de atendimento Preferencial..." Vamos
que vamos...
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Bolsões da Discórdia
Existem vários tipos de bolsões. Dentre
eles, os bolsões de ar, os tristes bolsões de miséria (que muita gente ainda
acredita que sejam lendas) e até uma região do Mato Grosso do Sul chamada
Bolsão Sul-Matogrossense.
No dia-a-dia, porém, nos deparamos com
os chamados Bolsões da Discórdia. Vez por outra nos distraímos e vem um deles
ao nosso encontro. Muitos deles bonitos e de muito bom gosto. Outros nem
tanto...
Ontem mesmo vi um deles derrubando uns
50 folders de propaganda do balcão de uma lanchonete.
Mas a pior situação para encontrá-los é
em elevadores lotados. Sejam eles baratos ou de grife ou mesmo falsificados...
Os mais perigosos são aqueles colocados no ombro de quem os carrega, em geral
passando a impressão de dane-se quem estiver por perto.
Não possuem menos de 40 cm de largura por uns 35 cm de altura e em geral
são duros e podem atingir costas, barrigas e braços de incautos ao redor.
Não importa exatamente o que um desses
bolsões possa conter, mas vez por outra fica tão duro e pesado que um rodopio
mais exaltado de quem o carrega pode causar grande desconforto em
quem se atrever a invadir seu raio de ação.
Em casos assim a boa educação deveria
priorizar o “não reclamar” ou o “não incomodar quem está quieto em seu canto”?
Provavelmente a resposta vai depender do seu personagem na trama. Ou no
drama...
Sendo assim, não se faça de rogado.
Estando no elevador, ao ver um bolsão da discórdia se aproximando
perigosamente, proteja-se sem constrangimento, mesmo que quem esteja carregando
o bolsão olhe para você de cara feia. Melhor assim... Não deixe também de
devolver a cara feia com um sorriso, mesmo que irônico...
E isto vale também estando em trens, ônibus, metrôs,
restaurantes e outros tipos de aglomeração onde a busca por espaço seja voraz.
Bolsões da Discórdia... Você precisa
saber evitá-los...
...
HXAKI PRÁ EU TE CONTAR CONVIDA...
Do poeta, escritor e amigo José Benício...
A Morte dos Poetas
Vista por Florbela
Fica bela
Descrita por Augusto
É coisa de Anjo
Narrada por Sá Carneiro
É de fato verdadeira
Exaltada por Fernando Pessoa
Fica leva e voa
Morte, musa de poetas
Pelo Mundo da poesia
É minha musa discreta
Musa do dia a dia.
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terça-feira, 3 de setembro de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
DAI-NOS A LUZ
Estava lendo sobre o menino chinês de seis anos de idade que foi drogado e teve os globos oculares extirpados. Uma barbárie causada pelo tráfico de órgãos... Mas estaremos tão distante de barbáries assim no violento País em que vivemos?
E assim que acabei de ler a matéria, a luz se apagou... Apagão em toda a Região Nordeste...
Da parte dos cidadãos, nada a fazer, a não ser agir para evitar o pior. Voltar para casa antes de escurecer, buscar filho no colégio o quanto antes, driblar os inúmeros cruzamentos onde sinais de trânsito não funcionam mais e torcer para que alimentos não se deteriorem.
Vemos prejuízos em indústrias e no comércio, o que é muito ruim.
Mas eis que a luz voltou e houve comemoração.
Mas eis que a luz não voltou para os olhos do menino chinês... Oremos por ele e abracemos com carinho e com frequência as pessoas que amamos.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013
A Mágica das Pirâmides
- Nota: este texto foi publicado na Revista TEA O PREGÃO em 1987, mas continua muito atual quando vemos tantas pirâmides que surgem a cada dia atrás de nossa grana
- Abraços para Osmar, Maurício, André e César...
“Senhoras e
senhores passageiros, aqui quem fala é o piloto de mais um voo onde seu
dinheiro traçará um caminho muitas vezes sem volta, porém o que vale é a emoção
de arriscar. Pegarei o dinheiro de vocês e decolarei, mas em meu lugar deixo
meus dois co-pilotos e a promessa de torná-los parte da tripulação. Tragam
novos passageiros munidos de dinheiro, pois é a única forma de se ressarcir de
possíveis prejuízos em nossa aeronave. No fim das contas, espero que todos
tenham uma muito boa viagem!”
E assim se dá o milagre da
multiplicação da moeda pelas pirâmides. Cumpridas todas as regras, arranjadas
inúmeras pessoas com dinheiro (e disposição para arriscá-lo) e contando com uma
certa dose de sorte (pois sem sorte é melhor nem sair de casa) ganha-se oito
vezes o valor aplicado em uma progressão geométrica velocíssima. Mas a coisa
não é assim tão fácil, principalmente sendo você alguém honesto e trabalhador,
pois dinheiro fácil nunca combinou com tais adjetivos. Adrenalina em larga
escala, cobranças e telefonemas inúmeros e no fundo uma certa dose de remorso
que questiona: “Vale a pena convidar alguém conhecido e amigo para embarcar
nessa aventura?”
A emoção é sua, a aventura é imensa e
nem sempre agradável. A mágica piramidal não depende somente de você, mas de
toda uma disponibilidade de confiança, fé e ganância. No afã de encontrar um
alguém para viajar em seu avião pensa-se nas mais diversas pessoas, inclusive
naquelas pelas quais se tem amor. Mas monge Lobão, do alto de sua sabedoria, em
tempo interveio: “Jogo do bicho, mulheres da vida e pirâmides não se misturam
com família!” Segurem suas carteiras e preparem seus corações para uma tremenda
apurrinhação!
...
Vida em Mãos Alheias
Acabei de
assistir na TV ao lutador de jiu-jitsu que ficou tetraplégico após um golpe
recebido de um adversário, que neste caso poderia facilmente ser chamado de
inimigo. Não se sabe ainda se é irreversível, mas seja lá porque motivos fossem
(imperícia, inexperiência, inocência...) a vida dele estava nas mãos do outro.
E isto é o que vemos a cada instante no
trânsito das cidades brasileiras, onde motociclistas passam zunindo entre os
carros colocando suas vidas quase que exclusivamente à mercê da perícia e boas
intenções dos motoristas de carros, ônibus e caminhões. E isto é algo que
deveria ser tratado mais a sério em um dos países campeões em mortes no
trânsito. Bra-sil-sil-sil...
Até mesmo no amor é assim. Devemos amar
com todas as forças e a cada segundo, mas sem esquecer nossas raízes, nossa
essência e sem deixar de existir para nossas próprias vidas. E se isto vale até
para o amor em suas mais diversas formas, que dirá para o resto de nossas
vidas. Isto, é claro, enquanto Deus nos conduzir e nossa saúde nos permitir...
...
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sexta-feira, 28 de junho de 2013
Paixão Pelo Futebol
Obs: este
texto deve ser lido de preferência ao som da música em que foi baseado: “Domingo, eu vou ao
Maracanã” de NEGUINHO DA BEIJA FLOR. Vide ao final a letra da música...
TRIMMMMM... Toca o telefone na casa de Domingos, que atende com um sonoro "Alô"...
- Domingos...
- Fala meu amigo Juca. Tudo bem com você?
- Eu vou ao Maracanã...
- Caramba... Fazer o quê lá em um dia bonito como este? Melhor você ir é para a praia com a Valquíria... Aquela gracinha ambulante...
- Vou torcer pro time que sou fã...
- Papo furado. Vai é encher a cara de cerveja e arranjar briga por lá. Não deixe de passar filtro solar e de levar seu boné...
- Vou levar foguetes e bandeira...
- Não falei? Vai ser preso com esses foguetes... E bandeira hoje em dia também já virou arma de batalha, principalmente o mastro.
- Não vai ser de brincadeira...
- Sei disso... Bons tempos aqueles em que futebol era apenas diversão e brincadeira...
- Ele vai ser campeão.
- Tá doido? O jogo de hoje não vale nada. Os campeonatos hoje em dia estão cheios de joguinhos assim, que só servem para “encher lingüiça”.
- Não quero cadeira numerada. Vou ficar na arquibancada prá sentir mais emoção...
- Você está desatualizado mesmo... Futebol no Maracanã agora só sentadinho na cadeira e comportado. Lugar marcado sem selvageria...
- Porque meu time bota pra ferver...
- Xiiii... Já vi que vai levar coquetel molotov...
- E o nome dele são vocês que vão dizer...
- Tá de onda, né? Só porque meu nome é no plural você fica me chamando de “vocês”... Nomes como Domingos, Rubens, Marcos e Carlos são no plural, mas isto não quer dizer que tenhamos dupla ou tripla personalidade por causa disto...
- ô, ô, ô
- Droga, caiu a ligação. O Juca tá muito doido... Tomara que não arranje briga por lá...
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Domingo, eu vou ao
Maracanã
Domingo, eu vou ao maracanã
Vou torcer pro time que sou fã,
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira,
Ele vai ser campeão
Vou torcer pro time que sou fã,
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira,
Ele vai ser campeão
Não quero cadeira numerada,
Vou ficar na arquibancada
Prá sentir mais emoção
Vou ficar na arquibancada
Prá sentir mais emoção
Porque meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer
Porque meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer
E o nome dele são vocês que vão dizer
Porque meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer
(ô, ô, ô )
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô...
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô...
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô...
...
HXAKI PRÁ EU TE CONTAR CONVIDA...
Do poeta, escritor e amigo José
Benício, um dos meus poemas prediletos do livro Folhetins...
Pedido aos Jovens
Jovens
Leiam!
Mesmo bula
Receita médica
Placa na estrada
Carta da amada
Leiam!
E se surpreendam
Com as palavras
Repetidas ou pouco usadas
Bonitas ou complicadas
Jovens
Do meu Brasil!
Leiam!
Saboreiem as letras
Certas, tortas ou cambetas
Não importa
Jovens, leiam!
Alcem vôo pelas páginas
De livros, jornais
Leiam até coisas banais
Mas procurem os poemas
Romances e contos
Descubram a diversão
Entre vírgulas e pontos
De exclamação!
Jovens leiam
Com os olhos do coração.
...
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